Viajanet NÃO é confiável. Comprar pela Viajanet NÃO vale a pena. Cuidado: Viajanet é GOLPE!

Queridos leitores e amigos viajantes,

Como dissemos desde nossa primeira postagem (veja qui a postagem Vamos ver se sai! rs), o nosso principal objetivo ao escrevermos neste blog é compartilharmos experiências, tanto as boas quanto as más, com os viajantes que, como nós, gostam de estudar previamente sobre os destinos de suas próximas viagens. Muitos blogs nos ajudam sempre, e nos inspiraram a iniciar essa jornada.

Além dos destinos, temos postado também outras dicas relacionadas com o tema viagens. Ficamos muito felizes quando recebemos feedbacks dizendo que nossas informações foram úteis. Hoje tivemos a alegria de ver que já tivemos mais de 6.600 acessos às nossas postagens, sem nenhum tipo de marketing !   :)

Muito bem, hoje vamos fazer uma postagem de alerta. Tivemos uma péssima experiência com a empresa Viajanet recentemente, em outubro de 2016, e nos sentimos na obrigação de informar a todos nossos leitores. Queremos aqui explicar o porquê de afirmarmos categoricamente que nossa dica é: NÃO COMPRE NADA COM A VIAJANET. Os adjetivos que temos para dar a essa empresa são: golpista, fraudulenta, mentirosa, antiética, imoral, irresponsável, insensível... Enfim, deu pra entender, né? Vamos explicar agora "tim-tim por tim-tim" por que afirmamos isso e estamos certos de que vocês concordarão conosco!

Viajanet? Caia fora!!

1. A compra

Em 14 de abril de 2016 adquirimos, pela internet, 6 passagens aéreas da empresa venezuelana Avior Airlines, por intermédio da empresa brasileira Viajanet. Não costumamos comprar passagens com intermediários, mas recebemos uma mensagem do aplicativo Melhores Destinos (que é excelente e recomendamos), e como estávamos na rua tentei comprar as passagens diretamente do site da empresa Avior, mas o site não funcionava bem no smartphone. Foi só por isso que, no intuito de não perder a promoção, compramos pelo site da Viajanet.

Foram compradas passagens de ida e volta para 3 pessoas, de Manaus (Brasil) a Miami (EUA), pagando um total de R$2.357,12 (dois mil, trezentos e cinquenta e sete reais e doze centavos), sendo R$1.052,22 pelas passagens, R$332,58 de taxa de embarque e R$972,32 pelos encargos de emissão (custo do serviço prestado pela Viajanet). Veja um trecho do email de confirmação da compra enviado pela Viajanet a seguir.

Trecho do email de confirmação da compra feita.

Uma informação de suma importância para a compreensão de todo o drama da história é que esta viagem foi prometida à Alice, nossa filhota de 14 anos, que até então nunca havia saído do país e sempre sonhou em ir à Disney. Ela simplesmente passou a fazer contagem regressiva para o dia da viagem, desde a compra das passagens (ou seja, de abril até outubro, foi uma espera longa e cheia de expectativas).

2. Código localizador, bilhetes e marcação de poltronas

Apesar de nos Termos de Uso da Viajanet estar prevista como obrigação da empresa o envio dos bilhetes de voo adquiridos, só nos foi enviado o email anteriormente referido. Artigo 9.5 dos Termos de Uso: "Após a aquisição da passagem o cliente receberá por envio de e-mail o bilhete de voo, pessoal e não passível de endosso ou transferência”.

Como achamos estranho não receber um bilhete eletrônico, decidimos, no dia 02 de agosto de 2016, pedir diretamente à companhia aérea Avior os bilhetes, aproveitando também para marcar os assentos nos voos. Destaques do email enviado e dos bilhetes recebidos serão ilustrados a seguir.

Email enviado para a empresa Avior solicitando o código localizador da reserva.
Encaminhamos o email recebido da Viajanet

Bilhete eletrônico recebido após nosso contato direto com a empresa Avior (sem ajuda alguma da Viajanet)

Desta forma, conseguimos o localizador (HAYRCX), os bilhetes eletrônicos da Avior e marcamos nossas poltronas, tudo em contato direto com a empresa - a Viajanet nunca nos mandou nada além daquele primeiro email.

3. A tentativa de golpe, 4 dias antes da viagem

No dia 5 de outubro de 2016, ou seja, a apenas 4 dias da viagem de Manaus a Miami, recebemos o email com a tentativa de golpe de que estamos tratando nesta postagem. 

Email com a tentativa de golpe, dizendo que a empresa aérea alterou nossa reserva e que não seria possível nos reacomodar. Diz ainda que pode reembolsar o valor da passagem, mas a taxa de emissão, ou seja, o "serviço" prestado pela Viajanet, não. Reparem no código localizador citado pela Viajanet no email: LIQDWM.

Para ficar bem claro, então: 4 dias antes da viagem, a Viajanet envia um email para uma família que está aguardando ansiosamente para realizar um sonho de sua filha dizendo simplesmente que "Em virtude de reorganização de sua malha aérea, a empresa aérea alterou sua reserva e infelizmente não há opção de voo para reacomodá-los". Imaginem o susto, quase que o coração pára de bater.

Mas eles vêm com uma "boa notícia": podem reembolsar o bilhete, mas a taxa de emissão, ou seja, o LUCRO pelo "super-serviço" prestado pela Viajanet, continua no bolso da empresa.

O inacreditável email cara-de-pau termina com: "Podemos prosseguir com o reembolso para os passageiros abaixo?"

4. A investigação e a comprovação da tentativa de golpe

A primeira coisa que decidimos fazer foi irmos embora do trabalho para "correr atrás" de garantirmos nossa viagem (afinal, quem conseguiria trabalhar depois de um email desses, às vésperas de uma viagem tão aguardada?). 

Pois bem, raciocinando e relendo o email, percebemos que o código localizador que a Viajanet informou no email de tentativa de golpe foi o "LIQDWM". Vejam que o código que recebemos diretamente da Avior foi o "HAYRCX". 

Acessamos então o site da companhia aérea e, ao inserir o código de reserva recebido da Avior e nossos sobrenomes, vimos que todas informações referentes aos voos continuavam existindo normalmente. Da mesma forma, testamos o localizador enviado pela Viajanet e verificamos que não havia reserva no nosso nome com este código (LIQDWM). 

 

Consulta ao site da Avior, com o localizador recebido por eles, HAYRCX.
Primeira prova de que o email era tentativa de golpe.

Consulta ao site da Avior utilizando o código falso enviado pela Avior, LIQDWM.
Não havia reserva alguma com esse código relacionado aos nossos sobrenomes.

Tivemos então a ideia de coletarmos a prova final: pesquisamos, no site da própria empresa Avior, a possibilidade de comprar passagens para os mesmos voos que iríamos pegar: no dia 09/10/2016, de Manaus a Miami, e no dia 15/10/2016, de Miami a Manaus. Adivinhem???? Sim, havia passagens exatamente para os mesmos voos!  

Pesquisa no site da Avior,  no dia 05/10/2016, às 16h19. Notem que o preço das passagens daria US$ 750,06,
ou cerca de R$ 2.550 (mais que o dobro do valor que nós compramos, R$ 1.052)

Resumindo, então: recebemos um email no dia 05/10/2016 às 14h20, faltando só 4 dias para a tão esperada viagem para Miami, dizendo:

1. que a empresa teria alterado nossa reserva (cujo localizador seria o LIQDWM)

2. que não era possível nos realocar

3. que iriam reembolsar o valor das passagens (em até 90 dias) 

4. que a taxa de emissão do bilhete não é reembolsável.

Ao consultarmos o site da empresa com nosso localizador (que pegamos diretamente com a Avior, pois a Viajanet nunca o enviou para nós), comprovamos:

1. que a empresa não alterou nada em nossa reserva (cujo localizador real era o HAYRCX)

2. que ainda era possível comprar passagens para exatamente os mesmos voos que a Viajanet dizia terem sido cancelados (consulta realizada no mesmo dia 05/10/2016, às 16h19)

3. que as passagens no dia 05/10 valeriam 142% a mais que o valor pago por nós

4. que a taxa de emissão do bilhete é um lucro garantido da Viajanet, mesmo quando ocorrem reembolsos por cancelamento de voos (que, no nosso caso, era mentira).

5. A inacreditável insistência na mentira

Muito bem, munidos das informações que detalhamos, respondemos ao email da Viajanet com o seguinte texto:

"Boa tarde.
Eu não aceito reembolso algum.
Em anexo, envio os bilhetes da empresa aérea Avior e imagens de consultas feitas neste momento no site da Avior (consulta à reserva, demonstrando que a reserva continua existindo e que são exatamente os mesmos voos).
Também envio imagens de simulação de compra de novas passagens, que demonstram a existência dos voos e de passagens ainda disponíveis.
Envio também imagem de consulta realizada no próprio site da Viajanet, com opções de voos de Manaus para Miami, nas mesmas datas em que viajaremos.
Solicito que nos respondam se viajaremos com estes bilhetes da Avior ou se nos enviarão bilhetes de alguma outra companhia aérea.
Espero que isto tenha sido um engano, pois estas passagens foram compradas no dia 14/04/2016, e vocês vêm com história de reembolso 4 dias antes da viagem? E ainda por cima, com os voos existindo para compra até no dia de hoje no site da companhia aérea?
Aguardo confirmação ainda hoje de que nossos voos estão ok."

Email de resposta enviado à Viajanet, com anexos demonstrando que descobrimos
que a "realocação da malha aérea" era mentira. 

Este email foi enviado no dia 05/10 às 16h40. A Viajanet só respondeu praticamente 24 horas depois, no dia 06/10 às 16h15, e para nossa surpresa, ao invés de fingir que "houve um problema no sistema", ou qualquer desculpa esfarrapada do tipo, a empresa continuou insistindo na mentira! Observem o email que recebemos, abaixo.

Email de tréplica da Viajanet, onde ela insiste na mentira e informa que não há representante direto da Avior no Brasil. Posteriormente descobrimos que esta informação também é falsa, pois no aeroporto de Manaus existe uma loja da Avior, inclusive com atendente brasileiro!

Então estávamos nós novamente, a 3 dias da viagem, com uma resposta tosca e nada solucionadora da Viajanet.

Com muito receio, enviamos um email para a Avior explicando que não dávamos autorização para a Viajanet fazer nenhuma alteração em nossa reserva.

Também fizemos uma ligação internacional para o Call Center da Avior, nos Estados Unidos (número +1 305 4702203) para confirmar a reserva, as passagens, os horários dos voos e os assentos marcados. Tudo foi confirmado, inclusive o fato de nunca haver ocorrido nenhuma possibilidade de cancelamento dos voos por parte da companhia aérea. 

Respondemos então o email à Viajanet dizendo que nós mesmos havíamos ligado para a Avior e que confirmamos que tudo estava certo com os voos, dispensando qualquer ação da Viajanet.

6. Na viagem, mais surpresas

Após todo esse stress, que é acentuado em pessoas muito planejadoras e perfeccionistas, rs, decidimos que, ao chegarmos em Manaus, iríamos em primeiro lugar procurar o guichê de embarque da Avior no aeroporto, para confirmarmos se tudo estava ok com nossa reserva (nós moramos em Brasília, então viajamos no dia 08 para Manaus, sendo nosso voo para Miami no dia 09). 

Lembram-se que o segundo email da cara-de-pau Viajanet dizia que "não há representante direto da Avior no Brasil"? Pois bem, a Avior tem uma loja no aeroporto de Manaus, onde inclusive há um atendente brasileiro!!!

Ao pedirmos para o atendente verificar se estava tudo ok, descobrimos que:

1. era necessário alterar os bilhetes aéreos, pois eles tinham que conter os nomes exatamente na mesma forma que os passaportes. Então, se o nome é Marcia ABC EFG e no passaporte consta como Nome: Marcia e Sobrenome: ABC EFG, no bilhete aéreo tem que constar exatamente da mesma forma. Se no bilhete estiver Nome: Marcia ABC e Sobrenome: EFG, vai dar confusão lá nos EUA. (nós vimos isso acontecer no aeroporto de Miami, com uma senhora).

2. as taxas de embarque teriam que ser pagas no momento do check in, no dia seguinte, em dinheiro, e somavam 3 x R$ 190,00 = R$ 570 (quinhentos e setenta reais).

Ou seja, a Viajanet não nos informou em momento algum sobre o problema que poderia ocorrer devido à divergência com o nome completo no passaporte, e NÃO REPASSOU valor algum da taxa de embarque que nos cobrou: vejam abaixo que R$332,58 do valor pago por nós era referido como "taxa de embarque".

Detalhamento do pagamento feito à Viajanet. O valor da taxa de embarque não foi repassado para a Avior.

No retorno também tivemos que pagar novamente a taxa de embarque: US$ 240 (duzentos e quarenta dólares).

Comprovante de pagamento das taxas de embarque no aeroporto de Manaus/Brasil

Comprovante de pagamento da taxa de embarque no aeroporto de Miami/EUA

 6. Reclamações similares na internet e ações na justiça contra a Viajanet

Fazendo pesquisas em sites como Reclame Aqui e Reclamão, descobrimos que são inúmeras as reclamações registradas por clientes da Viajanet. Comprovando nossa experiência, observamos que faz parte do modo de atuar da empresa não enviar o localizador e o bilhete eletrônico da companhia aérea aos clientes - somente após reclamar em sites como estes uma atendente "muito simpática e prestativa" enfim dá aos clientes a informação que impedirá a Viajanet de dar o golpe que tentou aplicar em nós.

Exemplo de reclamação no Reclame Aqui que mostra que é padrão da Viajanet não enviar o bilhete aéreo.

Mais um exemplo, este do site Reclamão, que mostra que a Viajanet enrola os clientes.

Este próximo exemplo mostra um cancelamento, com a alegação de não haver mais o voo disponível, porém o cliente viu a mesma passagem sendo vendida posteriormente pela própria Viajanet por um preço mais alto.

Exemplo de cancelamento e posterior revenda da passagem por preço mais alto

Também é possível encontrar muitos casos em que os clientes entraram na justiça por terem sido lesados pela Viajanet. Um exemplo de busca pode ser realizado no site Jusbrasil (clique aqui para ser direcionado ao site).

Resumindo então o que descobrimos sobre o golpe da Viajanet, no qual felizmente não caímos:

1. a Viajanet compra as passagens aéreas baratas da companhia aérea;

2. a Viajanet não reserva efetivamente as passagens no nome dos clientes, e espera que os mesmos peçam insistentemente, chegando a formalizar reclamações em sites como o Reclame Aqui; 

3. caso o cliente não peça nada, a Viajanet tenta o golpe, dizendo que o voo foi cancelado e não há como reacomodar o cliente, abusando da boa fé do mesmo;

4. o cliente aceita o reembolso do valor das passagens, que será feito em até 90 dias;

5. a Viajanet coloca as passagens novamente à venda, por valores muito maiores;

6. a Viajanet vai somando os lucros: a cada venda de passagens, os valores de taxa de emissão e de taxa de embarque são embolsados.

O fato de não termos caído no golpe não nos poupou, infelizmente, de uma viagem estressante, pois até o embarque do retorno a incerteza ficou nos rondando. E também não minimiza o fato de que existe uma empresa em plena operação que não tem o menor pudor em, nas vésperas das viagens de seus clientes, dar um golpe que invibiliza a realização de sonhos, de passeios e merecidas férias de famílias brasileiras. 

Achamos um absurdo que uma empresa assim fique impune, e por isso incentivamos a todos que:

* NÃO COMPREM nada com a Viajanet;

* Caso já tenha comprado, vá atrás da companhia aérea você mesmo e garanta sua reserva;

* Caso receba um email dizendo que seus voos foram cancelados, DUVIDE, INVESTIGUE, GRAVE AS PROVAS e, em caso de tentativa de fraude como a que sofremos, MOVA UMA AÇÃO na justiça contra a empresa.

7. Modelo de AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS

A seguir colocaremos um modelo que pode ser utilizado para entrar na justiça contra a Viajanet. Procure saber qual o juizado especial cível mais próximo de você. Aqui em Águas Claras/DF, é possível fazer todo o procedimento pela internet!!

EXCELENTÍSSIMO SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE xxxx –yy

<Nome>, brasileiro, <estado civil>, <profissão>, portador da carteira de identidade RG n° <RG> e inscrito no CPF sob n° <CPF> , residente e domiciliado na Rua <endereço>, CEP <CEP>, vem, à presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS

contra a TVLX VIAGENS E TURISMO S/A (nome fantasia "VIAJANET"), pessoa jurídica de direito privado, inscrita sob CNPJ nº 12.337.454/0001-31, com sede à Rua Manoel Coelho, 600 – 3º andar - Centro - CEP 09510-111, São Caetano do Sul, SP, consubstanciada nos motivos fáticos e de direito a seguir aduzidos:

DOS FATOS 

Em <data>  o autor adquiriu, pela internet, passagens aéreas ....

<detalhar todos os fatos. lembrar de inserir a maior quantidade de provas dos fatos possível>

DO DIREITO

Em nosso direito é certa e pacífica a tese de que quando alguém viola um interesse de outrem, juridicamente protegido, fica obrigado a reparar o dano daí decorrente. Basta adentrar na esfera jurídica alheia, para que venha certa a responsabilidade civil.

E no caso particular, deve-se considerar que dano é "qualquer lesão injusta a componentes do complexo de valores protegidos pelo Direito".

No mesmo entendimento de dano material, temos a definição clara e objetiva de que a subtração de um objeto de outrem deverá devolver a coisa em espécie, e se o objeto não mais existir, deverá o esbulhador pagar o preço ordinário da coisa, ou repor o numerário a título de dano material, o que no casso inclui <colocar todos os valores dos danos materiais>.

Sendo assim, não há como confundir a reparabilidade do dano material e do dano moral. Na primeira busca-se a reposição do numerário que deu causa ao prejuízo sofrido, ao passo que na segunda, a reparação se faz por meio de uma compensação ou reparação que satisfaça o autor pelo mal sofrido.

Pois bem, adentrando na análise legal do tema, inicialmente é oportuno fazer referência à Constituição Federal de 1988, que foi muito clara ao dispor, no seu art. 5º, inciso X, in verbis:

" X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação".

Sem, também deixarmos claro que o legislador não deixou de pronunciar esta garantia de direito ao consumidor, que no caso em tela tem claramente uma relação de consumo entre autor e ré, onde pedimos vênia para transcrever:

Código de Defesa do Consumidor

"Artigo 6°....

VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos";

Dessa forma, entende que o dano moral seja estabelecido no montante de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), <analisar valor proporcional, levando em consideração o dano, seu salário e principalmente outras decisões tomadas pelos juízes na sua localidade, para casos semelhantes> como já é cediço na jurisprudência do TJDFT. Nesse sentido, transcrevo jurisprudência do Eg. TJDFT:

Processo:	APC 20120111216752 DF 0033399-31.2012.8.07.0001
Relator(a):	SEBASTIÃO COELHO
Julgamento:	17/12/2014
Órgão Julgador:	5ª Turma Cível
Publicação:	Publicado no DJE : 26/01/2015 . Pág.: 524

EMENTA

DIREITO CIVIL, PROCESSUAL CIVIL, CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. PLANO DE SAÚDE. MATERIALSOLICITADO PELO MÉDICO PARA REALIZAÇÃO DE PROCEDIMENTO CIRÚRGICO. RECUSA INJUSTIFICADA DA SEGURADORA. ABUSIVIDADE. ART. 6º, VI, DO CDC. VIOLAÇÃO A DIREITOS DA PERSONALIDADE. CONFIGURAÇÃO DE DANO MORAL. MANUTENÇÃO DO VALOR ARBITRADO. PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE. CORREÇÃO MONETÁRIA A PARTIR DO ARBITRAMENTO JUROS DE MORA. CITAÇÃO (ART. 219 DO CPC). SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.

1. O presente tema se submete à incidência do Código de Defesa do Consumidor, conforme o que dispõe a Súmula 469 do Superior Tribunal de Justiça, in verbis: “aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde”.

2. Mostra-se abusiva a recusa de custeio de material cirúrgico, por parte da seguradora/ré, indicado pelo médico de confiança do segurado, por ser mais eficaz, emergindo daí o dever de indenizar (arts. 6º, inciso VI; 14 e 51, IV, todos do CDC). Precedentes do STJ e TJDFT.

3. Considerando as circunstâncias particulares do caso concreto e o entendimento predominante nesta Turma em casos semelhantes, reputo que a verba compensatória fixada pela r. sentença em R$ 5.000,00 (cinco mil reais), mostra-se razoável e proporcional e cumpridora da finalidade a que se propõe, sem gerar enriquecimento sem causa ou implicar em oneração exacerbada da parte ofensora, devendo, portanto, ser mantida.

4. Nas ações de indenização em danos morais, decorrente de responsabilidade contratual, caso destes autos, a correção monetária é devida a partir da prolação da sentença que arbitrou o valor do dano moral, conforme o que dispõe a Súmula nº 362 do STJ, enquanto os juros de mora, incidirão da data da citação (art. 219 do CPC). Precedentes TJDFT.

5. Recurso conhecido e parcialmente provido.

E, por estarem tais argumentos, cabe lembrar que estão presentes os pressupostos da responsabilidade civil deste resultado danoso.

Pois bem, superada toda essa discussão, nesse momento é imprescindível a discussão a respeito de outro assunto de extrema relevância nesta demanda: o quantum a ser fixado.

Logo de início, é importante considerar que a reparação, na qual se convertem em pecúnia os danos morais, devem ter caráter dúplice, ou seja, o que penaliza o ofensor, sancionando-o para que não volte a praticar o ato ilícito, bem como o compensatório, para que o ofendido, recebendo determinada soma pecuniária, possa amenizar os efeitos decorrentes do ato de que foi vítima.

Ante esse raciocínio, deve-se sopesar, em cada caso concreto, todas as circunstâncias que possam influenciar na fixação do quantum indenizatório, levando em consideração que o dano moral abrange, além das perdas valorativas internas, as exteriorizadas no relacionamento diário pessoal, familiar, profissional e social do ofendido.

Deve-se lembrar ainda, por outro ângulo, que a indenização por danos morais deve ser fixada num montante que sirva de aviso à ré e à sociedade, como um todo, de que o nosso direito não tolera aquela conduta danosa impunemente, devendo a condenação atingir efetivamente, de modo muito significativo, o patrimônio da causadora do dano, para que assim o Estado possa demonstrar que o Direito existe para ser cumprido.

DO PEDIDO

Posto isso, requer a Vossa Excelência:

1. A citação da ré, no endereço inicialmente referido, para comparecer à audiência de instrução e julgamento a ser designada, e, querendo, apresentar resposta, sob pena de revelia e confissão quanto à matéria de fato;

2. A procedência do pedido para a inversão do ônus da prova;

3. Se digne Vossa Excelência considerar procedente o pedido da autora, para o fim de condenar a ré ao pagamento de indenização no valor de <somar aqui os danos materiais, detalhando o porquê de cada parte parte na soma>, sendo que a composição de tal valor é assim detalhada:

4. Condenar a parte ré a pagar à autora o valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) em virtude do dano moral sofrido, sobretudo pelo fato de, às vésperas da viagem, ter recebido um email que praticamente a cancelava por motivos, a posteriori, provados mentirosos. Dessa forma e infelizmente, a autora e sua família realizaram a viagem com stress pelo receio de que, no percurso de ida ou de volta, houvesse alguma impossibilidade de realizar os voos.

5. Condenar a parte requerida a pagar, a título de danos morais coletivos, o valor de R$ xxx a ser revertido em favor do Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD), criado pela Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, ou a outra entidade ou instituição à qual Vossa Excelência designar.
6. Requer, por fim, provar o alegado por todos os meios de prova admitidos pelo ordenamento jurídico vigente.

7. Atribui-se à causa o valor de R$ 17.600,00 (dezessete mil e seiscentos reais).  <20 salários mínimos, que é o valor máximo das causas no juizado especial cível>

Nestes termos, pede deferimento.

<local>, <data>.

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ASSINATURA DA PARTE REQUERENTE

Atualizando essa postagem, quero compartilhar com vocês que no dia 23/03/2017 o juíz do Juizado Especial Cível de Águas Claras proferiu a sentença do nosso processo! Vamos receber todo o valor referente ao "serviço" que a Viajanet cobrou e não prestou, e também o valor das taxas de embarque. Vejam o trecho da sentença:
" [...] condenar a requerida a pagar a autora o valor de R$1.209,26 (mil, duzentos e nove reais e vinte e seis centavos) a título de indenização por danos materiais, corrigido monetariamente a contar da data da compra (14/04/2016) e acrescido de juros moratórios de 1% ao mês a contar da citação".

Não conseguimos os danos morais pois conseguimos viajar, apesar de tudo (graças à minha "astúcia", rs). De toda forma, ficamos felizes pois o processo até que foi rápido: protocolamos a petição via sistema eletrônico no dia 20/10/2016, a audiência de conciliação foi marcada imediatamente para o dia 15/12/2016 e a sentença saiu no dia 23/03/2017. Apesar de que ainda falta o principal: agora vamos ver se a Viajanet vai pagar, né? kkk  :P

Bom, então é isso, galerinha!

Esta foi uma postagem que não nos agrada fazer, afinal, é muito triste comprovarmos um descaso tão enorme com as pessoas, seus sonhos e sentimentos, em nome do lucro a qualquer custo, né?

Mas, como dissemos, era nossa obrigação compartilhar esse drama todo com vocês.

Grande abraço, e até a próxima postagem (que será alegre! rs).